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Quem oferece pena confisca a dignidade

O texto abaixo, retirado de trechos adaptados de um Mapeamento Multidimensional, ofereceu aos guias a oportunidade de dissertar sobre um assunto no qual comumente nos confundimos: a pena e a compaixão.

A compaixão é uma dádiva do espírito compartilhada com toda forma de vida e até mesmo com a matéria inerte quando estamos conectados com a essência de tudo o que é, foi ou pode vir a ser – dentro da Eternidade.

A compaixão é um extravasamento do amor que há em nós para com a realidade momentânea do outro.

A pena, ao invés, é uma inversão de perspectiva, na qual sob nossa consideração algo ou alguém não está cumprindo seu papel de acordo com nossas expectativas.

Cada um de nós traz no seu campo uma qualidade energética específica.  Cada elemento que tem sua própria tônica dentro do Xamanismo. Consideremos alguém que traz em si a energia do Raio, de Tupã, de Thor, de Xangô, os deuses do trovão, elemento ativo, Yang, com grande capacidade de destruição e revitalização. Quando uma energia é identificada dessa forma, precisamos compreendê-la como uma característica da nossa própria ancestralidade. Se você pertence a esse clã é porque dentro de você as energias funcionam de modo muito veloz, elétrico, contundente e suas ações causam impacto. Uma pessoa do clã da Lama, ao invés disso, detém energias de depuração, decantação, hipotensoras,  que levam à reduçao natural do ritmo, o que podemos reconhecer como os domínios da orixá Nanã, por exemplo.

Um ser do fogo poderia sentir pena de outro que não manifesta as próprias características, que não trabalha na mesma velocidade, que é apegado, lento e medroso. Porém a Fonte cria o que a Fonte precisa, e precisamos nos prostrar a esse conhecimento, caso contrário em momento oportuno ele poderá nos humilhar dentro de nossas próprias facilidades e certezas.

O outro não precisa da nossa pena, que pode inclusive prejudicá-lo na manifestação de suas potencialidades.

Se o outro não corresponde é porque o outro tem o tempo do outro, ele não precisa seguir o nosso. Deus deu um tempo para cada um. A aboboreira floresce em 5 meses. O carvalho em 50 anos.

O outro é sempre um universo particular que segue suas próprias lógicas. O Outro é tão divino quanto eu – ainda que ele não saiba.

O outro, quando estiver se experienciando plenamente é uma verdadeira maravilha do universo – podendo ser inclusive a manifestação da cura que eu tanto preciso.

Ao outro cabe sempre, portanto, os nossos respeitos.

E à Fonte a nossa Gratidão por criar sempre além das nossas expectativas.