Publicado em Deixe um comentário

O Umbandista Fast Food (e a anemia nutricional dos candidatos a Despertamento)

Quem consome fast food espiritualista, acaba padecendo de indigestão e anemia profunda de conteúdo nutritivo útil para sua alma!”

O texto abaixo é de Fabio Verch, de quem pedi permissão para reproduzir aqui pois serve ipsis litteris para as Sementes em Despertamento.


Ser contatado, ‘pegar as coisas rápido’, ‘no ar’, ser super sensível, não te habilita a pular fases de um processo tão complexo quanto a recuperação da identidade sideral.
A Irritação vem pelo afloramento da sombra.
A pressa em concluir as coisas porque na verdade não está conseguindo suportar o influxo vibratório no seu campo, que nos deixa a flor da pele, é como viver num TPM permanente mesmo sendo homem.
Sintomas como ansiedade, choro incontido e dificuldade em suportar situações e pessoas que sempre estiveram ali mas antes eram toleradas aumentam muito sem que a pessoa esteja com depressão (embora possa vir a ficar se não resolver suas questões).
Ainda que o processo esteja muito acelerado em 2020, NÃO DÁ PARA PULAR FASES.
Terapia, estudo e disciplina são fundamentais para tudo na vida, que se dirá para permitir o intercâmbio com outros níveis de existência.

J Stella

O umbandista fast-food

by Fabio Verch

-Por favor, gostaria de uma Umbanda rápida.
-Temos essa aqui, completinha. Mas demora pra ficar pronta.
-E o que vem nela?
-Vem um estudo completo sobre a história, ritualística, ética, dedicação, respeito, enfim… bem completa mesmo.
-Mas demora pra ficar pronta?
-Sim, demora um pouco. Mas é completa.
-Puxa vida, não quero ter que esperar, to com pressa! Não dá pra tirar umas coisinhas aí?
– Não aconselho mas dá sim, vamos lá. Vamos personalizar então. O que você quer tirar?
-Dá pra tirar Oxalá? aí eu não preciso me dedicar tanto assim pq eu tenho fé suficiente na Umbanda.
– Claro, que mais?
-Essa tal de Oxum… eu já amo demais meus guias e a todos. E eles me amam também. Acho que não precisa. Pode tirar.
– Beleza. Oxum tirada tb.
– Oxossi? Conhecimento. Com certeza o conhecimento eu tenho, afinal eu vi como se faz nos videos. Sem necessidade, pode tirar tb.
– Sem problemas.
– Xangô… hmmm, quem sou eu pra julgar os outros. Não quero que me julguem, tb não vou julgar os outros. Pode tirar tb.
– Feito.
– Ogum. Ordem, disciplina… tá doido. Nem pensar. Não quero ninguém me ditando regras de como fazer as coisas. Eu sei como faz. Deixa quieto por enquanto.
– Tiro Ogum então?
– Tira, por favor. O próximo é Obaluaye… evolução? Cura? Perdão? Uns dizem que é orixá da morte outros da cura. Meio confuso isso. Tira agora e depois eu venho e pego de novo.
– Tranquilo.
– A próxima é Iemanjá né? Então, eu sempre jogo umas flores no mar e pulo as 7 ondas. Tá tranquilo. Já sei como faz. Só acender umas velas azuis e como a grande mãe que é sempre perdoa a gente.
– Você quem sabe…
– Beleza. Que mais temos aí?
– Tem mais tantos outros para estudar…
– Vishhh, tá enrolado demais. Já sei tudo isso aí. Vamos pra próxima. Qual o próximo item?
– Um estudo completo dos arquétipos, das linhas de trabalho, e afins. Esse é bom deixar.
– Mas estudar sobre TODAS as entidades, linhas e formas de trabalhar? Eu já recebo meus caboclos, meus pretos velhos, meus exus, minhas pomba-giras, meus erês, baianos, boiadeiros, marinheiros, ciganos… preciso disso não!!
– Uauuu. Tudo isso?
– Ahan, tudo isso em menos de 6 meses desde quando comecei. Meus guias me dizem que eu sou muito bom e fazia tempo que eles procuravam um médium como eu. Realmente eu acho que estou acima da média.
– Sem problemas. Podemos tirar este estudo também!
– Ótimo, o que temos mais?
– Ética, estudo sobre reforma íntima, os compromissos enquanto medium, os cuidados com a mediunidade.
– Eu me conheço muito bem. Pode tirar isso tudo. Perda de tempo.
– Sem problemas.
– Então, o que temos aí ainda?
– Sobrou uma coisa que é realmente perigosa e se não souber dosar, é capaz de machucar muita gente. Inclusive você. Restou apenas o EGO.
– Ego? Uma palavra tão pequena. Nem sei o que é isso. Já ouvi falar. Mas como assim pode machucar alguém?
– Podemos dizer que é uma arma. Perigosa demais. Se não souber se controlar, você faz besteiras.
– Ahhhh meu irmão. Você não tem ideia de como eu sei me controlar. Me passa esse tal de ego pra cá e tá tudo certo.

E assim se criou mais um umbandista fast-food.

ESTA HISTÓRIA É FICTÍCIA E NÃO VISA FERIR O EGO DE NINGUÉM.

Fabio Verch
Dirigente da Casa de Umbanda Pai Pedro
27.02.2020

Publicado em Deixe um comentário

SOBRE ERÊS, ETs e NÓS

Hoje, dia em que celebramos Cosme e Damião e a pureza dos espíritos que em roupagem infantil vêm em auxílio da humanidade.

No meu início de desenvolvimento dentro da Umbanda, via uma menina de vestido rosado, tranças presas em marias chiquinhas, de voz doce porém falas contundentes. Me pediu que colocasse alguns cristais dentro de um bichinho de pelúcia com o qual ela iria ‘dar passe’ nas pessoas (o que para minha vergonha nunca cheguei a fazer por não encontrar o bichinho no preço, tamanho ou momento ‘certo’) e com minha demora ela acabou pedindo que apenas acrescentasse um topázio azul à guia dos Erês para que ela pudesse trabalhar com cura.

No terreiro não comia nenhum tipo de doce, energizava todos que ganhava e dava para os assistidos. A única coisa que tomava enquanto eu a incorporava era suco de maçã integral, que eu precisava ter o cuidado de providenciar antecipadamente para a gira pois não era algo comum de se ter dentro de um terreiro. A energia dela era muito quente, e água parecia que não aplacava o calor que eu sentia enquanto trabalhava com ela. Quando bebia o tal suco energizado por ela, parecia que um gel recobria meus órgãos internos, apaziguando o calor e a aceleração. Certa vez o que sobrou desse suco teve uma função muito interessante ao ‘descolar’ um obsessor do campo áurico de uma médium, mas isso é assunto para uma outra história…

Com o tempo ela me contou sobre seu desencarne junto com o irmão em um acidente de carro, o que teria levado os pais ateus a se converterem após uma comunicação ocorrida dentro da Sociedade Espírita no Reino Unido. Mas me mostrava outras vidas milênios atrás nas regiões do Camboja.

Quando entrei em Despertamento ela me revelou uma outra realidade, sobre sua origem na Constelação das Plêiades e sobre a importância da conservação da vida animal e do meio ambiente. Apesar da aparência e voz infantil, falava de assuntos adultos.

Certa vez uma pessoa disse que ela não parecia um erê falando e sim uma ativista do Greenpeace.

Ela costumava procurar pessoas que tinham animais doentes, crianças com as quais conversava e fazia desenhos com pontos riscados ocultos e presenteava-as pedindo para que colocassem o desenho na carteira ou debaixo do travesseiro ou numa gaveta do ambiente de trabalho.

Um dia ela veio junto ao mentor Sr Águia Dourada e iniciou a orientação desse livro, contou sobre um hospital infantil no astral e trouxe muitas outras entidades que compartilharam histórias e visões sobre nossa interpretação do fenômeno da manifestação mediúnica com características ‘infantis’, o que mudou bastante minha própria interpretação, pois eu era uma pessoa que não se sentia á vontade em sessões onde esses espíritos se manifestavam devido meus pré-conceitos e minha próprias dificuldades em lidar com minha criança interior.

Hoje, após deixar suas lições, ela não incorpora mais nas giras, tendo deixado essa função para um curumim, mas o que aprendi com ela jamais esquecerei, pois acima de tudo era uma grande psicóloga e me tirou de muitas roubadas, quando eu me ‘encantava’ com o discurso de alguém sem perceber as reais intenções ocultas por trás daquilo e como aquilo não me serviria em minha jornada individual.

Hoje, através dessa postagem louvo os erês e toda Corrente dos Anjos que atua através do Oriente Luminoso dentro da Umbanda e de outros portais de luz que permitem que através de suas colunas essas energias possam passar.

Como me ensinaram os intraterrenos, peço a essas Forças que amparem e abençoem todos aqueles que procuram realizar na Terra sua Lanzarina – trazer para um plano material conceitos e ideias que poderão encontrar resistência pelo padrão mental vigente da coletividade – assim ajudando a construir a ponte para um futuro onde possamos manifestar mais livremente nosso espírito e vivermos em consonância com as verdades que nossa Criança Interior carrega.

Salve os Erês!
Salve a Corrente dos Anjos!
Salve todas as Crianças, encarnadas e desencarnadas, físicas ou extrafísicas!🥰🥳🤩😍

https://www.escritorastellar.com.br/livro-criancas-que-gira…
Publicado em Deixe um comentário

A Tale of the Yabas – Um Conto de Yabás

[tradução em português lá embaixo]

Yabás are the feminine Orishas very present in AfroBrazilian Culture, Religion, Myths & Lore

A man walked alone, tired and joyless in his life.

He remembered his father, who once had his mother, and thought: ” How good it would be if I, like my ancestors, could have a companion.”

So the man bent over his knees and prayed to the Great Spirit asking that he could find de right partner on his way.

Soon during his journey he found a woman brushing her clothes in the middle of a clearing; a sword lay at her feet and with one hand she covered one of her ears with a kerchief. The man paused and observed her, but before he could say anything she looked at him and started to scream and bitterly cry, while turning back to her battles, claiming to the four directions that she would never be properly loved, despite loving so much…

The man pitied, because he found her pretty and brave, and he would like to have listened to her story, and maybe, join her.

[Oba, a warrior orisha]

Ahead he discovered a river where a beautiful lady still in her girlish youth bathed. Her skin shone like gold and he desired her. The young lady smiled and in her eyes he saw she could make him immensely happy. As happy as any man could ever be, because she smelled like honey and everything about her was sweet and perfect, from her voice to her hands, from her charming ways to her senses. Along with her, he could possess the world, since he would be willing to offer everything she deserved, because she knew she was worthy and her love wouldn’t be gratuitous. He would need to give himself away to her. Less than that she would not accept.

[Oxum, orisha of rivers, waterfalls, romantic love and fertility]

Unsure if he could attend her needs, he went away until he reached a swamp region  where he saw a more mature woman whose mysterious beauty left him intrigued. Before he had time to gaze a little better she detected his presence and came towards him.

“I know what kind of things run deep in your soul. I know how to heal all of your pains. Come with me, I will transform you.”

But the man didn’t know himself as much as necessary to accept her proposal, and afraid of saying goodbye to what he wasn’t sure to be and to become what he did not know he was, he walked far away from her, until he could not see the lilac mantles which covered her body.

[Nana, orisha of mud, swamp, a grandmother of other orishas, related to the archetype of the old wise women]

Following his journey he finally got to the sea and there he saw a woman of noble features, who wasn’t so young neither too mature, but who was a mother for sure, since everything about her scented of coziness and comfort. When he approached her, she looked at him and tears started falling from her eyes for all the pain he already had, and for all he was to experience yet. The woman was able to love in such ways that he felt undeserving of coming any near her, even if he knew that she would give him everything without asking for nothing in return. And if one day he went away, she would suffer, but she would always open her arms to receive him back and give all of her. because that was her nature, the deepest donation.

[Yemanja, orisha of motherhood, the sea, related to the archetype of the Great Mother Goddess]

Then the man continued on his path until it started raining and on the top of a mountain he stared at a woman who danced among lightning bolts. He came closer and noticed that she saw him, but she didn’t care, and kept dancing along with the winds. Not being able to restrain himself any longer the man asked:

– What do you want from me?

And she answered:

– I don’t want anything from you.

– What does it take for you to follow along with me?

– I am fine where I am and the way I am. If you want me to go with you, captivate me, because I only walk beside those who have something to teach me. I do not ask, nor give. I just know how to trade. 

[Yansa or Oya, orisha of the winds, buffalos and lightingbolts]

Undecided the man continued on his way until he found his greatfather, who was so old and wise that he had already turned into a tree. In the shadow of the ancient wiseman, the young man questioned him:

– Father, which woman should I marry? I’m confused, I don’t know which one of them I must tie my life to.

The Old Father blew his beard onto the ears of his greatson, so that he could listen better:

“- Son, every woman is a blessing for each heart, but in order to know how to choose yours, you need some consideration. A man who doesn’t know himself, doesn’t know what he is looking for, doesn’t aknowledge what he finds and can’t deal with what he gets the right form. Because they don’t know themselves, several men transform their blessings into curses. A poorly beloved woman becomes bitter and full of vengeance; the one who has everything may become a tyrant; that who doesn’t listen can’t learn nothing new; the one who only gives, keeps nothing; and that who is not engaged you can never count on. 

Likewise the one who knows how to heal a broken heart will be awarded with unending loyalty; those who dare surrending themselves to their women without reservation will live jubilously. A power beyond compare will be unveiled for those who allow the power of the woman to transmute them. The man who becomes the guardian of the one who gives all of her best to others will be the most valorous king. And eventually the man who is able to see in his mate the extension of both himself and his apprenticeship in this land will never know boredom and won’t live deprived of passion nor enthusiasm for all that’s new. 

So, my son, before you make your choice, seek first into your soul. Verify what is your real need for a partner and only then, go back there, to meet the blessing that fits you in this moment of your journey.”

 

Um homem caminhava solitário, cansado e sem alegria em seu viver.

Ele lembrou-se do seu pai, que tivera a sua mãe, e pensou: “Que bom seria que eu, assim como meus ancestrais, também tivesse uma companheira.”

Então o homem ajoelhou-se e orou para que o Espírito daquilo que É colocasse em seu caminho uma companhia adequada.

Pouco depois em sua caminhada ele encontrou uma mulher que sacudia suas roupas em meio a uma clareira; a seus pés jazia uma espada, e com uma mão ela cobria sua orelha com um lenço. O homem parou e apenas a observou, mas antes que tivesse tempo de dizer qualquer coisa ela olhou para ele e começou a gritar e chorar amargamente, enquanto voltava para as suas batalhas, bradando às quatro direções que jamais seria o suficientemente amada, apesar de amar demais…

O homem lamentou, pois achou-a bela e corajosa, e ele queria ter ouvido a sua história, e quem sabe, aliar-se a ela.

Mais à frente no caminho ele encontrou um rio onde uma linda moça com ares de menina se banhava. Sua pele brilhava como ouro ao sol e ele a desejou. A menina sorriu e em seus olhos ele viu que ela o faria imensamente feliz, tão feliz como homem algum jamais sonhara, pois ela tinha cheiro de mel, e tudo nela era doce e perfeito, da voz às mãos, do charme à razão. Com ela ele teria o mundo, desde que estivesse disposto a oferecer tudo aquilo que ela merecia, pois ela sabia de seu valor, e seu amor não seria gratuito. Ele precisaria dar a si mesmo, pois preço menor ela não aceitaria.

Incerto se poderia atendê-la, ele seguiu adiante, chegou a uma região pantanosa onde se deparou com uma mulher mais madura, cuja beleza misteriosa o deixou intrigado. Antes que ele tivesse tempo de observá-la melhor ela detectou sua presença e veio em sua direção.

“Eu sei o que lhe vai no fundo da alma. Eu sei o caminho para curar as suas dores. Venha comigo, e eu te transformarei.”

Mas o homem não se conhecia o suficiente para aceitar a proposta, e com medo de se despedir daquilo que não tinha certeza de ser e se tornar aquilo não sabia que era, ele afastou-se para longe, até não mais avistar os mantos lilases que a cobriam.

Seguindo seu caminho ele chegou ao mar e ali avistou uma mulher de aspecto nobre, que não era nem tão jovem nem tão madura, mas com certeza era uma mãe, pois tudo nela rescendia a aconchego e acalanto. Quando ele se aproximou ela o viu e lágrimas verteram de seu olhar por todas as dores que ele já tivera, por todas as que ainda teria. A capacidade de amar da mulher era tal que ele se sentiu indigno de aproximar-se, ainda que ele soubesse que tudo ela lhe daria, sem nada pedir em troca. Se um dia ele se afastasse, ela sofreria, mas estaria sempre de braços abertos para recebê-lo e dar tudo de si, pois esta era a sua natureza, a doação profunda.

O homem então continuou seu caminho até que começou a chover e no alto de uma montanha ele avistou uma mulher que dançava entre os raios. Ele aproximou-se e notou que ela o viu, mas não lhe deu importância, e continuou a bailar com os ventos. Sem se conter o homem perguntou:

– O que queres de mim?

E ela respondeu:

– De ti nada quero.

– O que queres para me acompanhar?

– E estou bem onde estou e como estou e se queres que te acompanhe, cativa-me tu, pois só ando ao lado daquele que tiver algo para me ensinar. Não dou, nem peço. Eu só sei trocar.

Indeciso o homem continuou seu caminho até encontrar com seu avô, que de tão velho e sábio já havia se tornado em árvore. À sombra da sabedoria do velho, o homem jovem perguntou:

– Pai, qual mulher devo desposar? Estou confuso, não sei a qual delas devo minha vida juntar.

O Pai Velho soprou suas barbas para dentro dos ouvidos do neto, para que ele lhe ouvisse melhor:

“- Filho, toda mulher é uma bênção para cada coração, mas para saber escolher a sua, é preciso ponderação. O homem que não se conhece, não sabe o que procura, não reconhece o que encontra e não lida com o que recebe da forma correta. Por não conhecer a si mesmo, muitos homens transformaram suas bênçãos em maldições. A mulher pouco amada torna-se amarga e vingativa; aquela que tudo tem pode tornar-se uma tirana; a que não ouve nada de novo aprende; a que só doa nada retém; e com a que não é compromissada não se pode contar também. 

Da mesma forma será recompensado com fidelidade impar aquele que souber curar um coração partido; viverá um júbilo sem fim aquele que à sua mulher souber se entregar sem reservas; um poder inigualável descortinará aquele que ousar permitir ao poder da mulher que o transmute; ser o guardião daquela que de si a todos oferece o  seu melhor faz do homem o mais valoroso dos reis; e por fim, aquele que souber ver em sua companheira a extensão de si mesmo e do seu aprendizado nessa terra jamais conhecerá o tédio e na terra dos homens não viverá privado nem da paixão nem do entusiasmo por tudo aquilo que é o novo.

 

Então, filho, antes de fazer a tua escolha, analisa primeiro a tua alma, verifica qual é a tua real necessidade duma companheira e só daí então, voltes lá, ao encontro da bênção que te cabe neste momento de tua jornada.”

Publicado em Deixe um comentário

Conselho da Cigana – A Gipsy Piece of Advice

(English Translation Below)

Para que a sua vida possa vibrar em Harmonia com os demais em 2015, segue um conselho da cigana Sarah, a mim passado em 21/09/2011:

Você não é juíza da vida de ninguém.
Se Devel não cobra perfeição dos outros ou de ti mesma, por quê cobras tu?
A falta de perdão conduz a vítima desse sentimento a um beco sem saída de infelicidade.

 ” – Você não podia ter feito isso!”
Pensam os homens, juízes, vítimas de si mesmos
Supondo-se superiores,
Mas a pessoa que acusam ou consideram fraca
indigna da sua atenção, amor, perdão…’inferiores’, podia
E Pode e sempre poderá errar quantas vezes for preciso sem seu próprio caminho evolutivo

Primavera para o teu coração
é estrada de redenção
Deixa as cascas para trás no moinho
onde puseste tanta dedicação
Colhe agora a ‘farinha’
O ouro
Tesouro da tua libertação

Deixa pra trás o passado
As cobranças
As lágrimas
Decepção

Olha à frente os caminhos
de lírios, tulipas e palmas
que aguardam tuas pisadas no chão.

Para aqueles que necessitam aprender a perdoar e a julgar menos os outros, a cigana Sarah recomenda o uso de uma pedra verde chamada crisoprasio, ou crisópraso, como pingente e a seguinte oração escrita e enrolada nesta pedra, ou carregada em lugar onde você sempre possa se lembrar das palavras que nela estão escritas: 

“PASSADO PARA TRÁS
FUTURO PARA FRENTE
ACREDITE NO PRESENTE”

English Version


So that your life may tune in Harmony in 2015, here it goes a little piece of advice I got from a gipsy lady called Sarah in the dawn of Spring in 2011:

You are not anyone’s Life Judge
If Devel (God in some gipsy dialects) doesn’t demand perfection from His creatures or even from yourself, why do you do so?
The lack of Forgiveness leads the victim of this feeling to a deadend of Unhappiness

 ” – You could not have done that!”
Think the men, self-proclaimed judges, victims of themselves
Looking down on the person they are accusing or considering weak
Unworthy of their attention, care, forgiveness…. just ‘inferior ones’
But they could
And Can
And will always be able to make mistakes
Whenever and as many times as will be necessary in their evolutional path

Spring in your heart
is road for redemption
Leaving the shells in the windmills behind
where you put such strenght and dedication
Now you’re gonna harvest the ‘flour’
the Gold
Treasure of your Freedom

Leave the Past behind
All demands
The tears
Disappointment

Look ahead at the ways of
Lillies, tulips and daffodils
Just waiting for you to step on the ground.

For those who need to learn how to forgive and not to judge others (or at least learn how to judge less), Sarah, the Gipsy Lady recommended a charm with a gemstone known as chrysoprase and a small prayer that can be written and rolled altogether with the gem as a pendant or just kept in your wallet or pocket so that you remember the words that you wrote there: 

“PAST IS GONE
FUTURE YET TO COME
BELIEVE IN THE PRESENT”
Seems to be simple, but… is it really?
Publicado em Deixe um comentário

O Oriente na Umbanda – Eastern Influences in Umbanda

(English translation below)

A Umbanda não é um religião de origem africana, mas sim uma miscelânea de influências de todos os povos que aqui aportaram e trouxeram consigo sua fé e formas de praticar magia. Justamente essa característica faz dela, como outra de tantas práticas espirituais xamânicas,  um método de conexão espiritual flexível para qualquer parte do globo, não apenas um fenômeno brasileiro.
Alguns buscam no candomblé as bases para firmar seu templo, sua casa umbandista, valorizando inclusive o vocabulário e cantos oriundos das línguas africanas; outros sentem-se mais confortáveis em casas onde a influência cristã católica se faz presente nas imagens de santos e das orações tradicionais do cristianismo; ainda outros sentir-se-ão mais à vontade em casas que aos seus irmãos de culto poderão parecer ‘assépticas’, sem imagens ou uso de atabaques ou cantos, num ambiente o mais ‘clean’ possível, onde o poder mental sobrepõe-se ao estímulo sensório de ervas, sons e símbolos.
Uma Umbanda não é mais ‘fraca’ do que a outra, mais ‘firme’, ou mais ‘tradicional’. Simplesmente porque cada casa não terá sido aberta – ou pelo menos não deveria ter sido – sem aprovação dos mentores espirituais que regem os trabalhos de LibertaçãoConscientização Cura que ali serão realizados. Naturalmente que se os espíritos de luz que acompanham um determinado médium tiveram experiências em vidas prévias dentro de uma determinada cultura, isso irá se manifestar na forma de culto impressa via astral para a matéria daquele templo de socorro espiritual. Assim como as características presentes no DNA dos pais manifestam-se no filho, da mesma forma as forças espirituais que são os pais/mentores que comandam um templo nele deixarão impressas as suas características.
Equívocos sérios e que causam conflitos energéticos graves dentro do terreiro ocorrem quando o caminho inverso ocorre, e o sacerdote resolve, por questão de gosto particular, decide, porque acredita estar assim ‘fortalecendo’ sua casa espiritual, implantar tradições e costumes que não se afinizam com a egrégora REAL que rege os trabalhos espirituais que ali ocorrem. Quando o pai ou mãe de santo quer ter mais magia do que seus guias, aí sim começam os problemas e há quebra de corrente mediúnica trazendo sérios prejuízos para os trabalhadores e voluntários do local!
Sim, a Umbanda pode ter guias e fundamentos oriundos do Budismo, do Islamismo, do Paganismo, da Feitiçaria Européia e do Xamanismo Universal. Ela não está ‘corrompida’ ou ‘suja’ apenas porque você não está ‘acostumado’ com o que viu na última gira, ou porque ‘as suas entidades’ nem as do seu pai/mãe de santo, nunca fizeram assim. A melhor definição de Umbanda que ouvi até hoje diz que “A Umbanda é um corredor que dá para muitas portas”, o que está de acordo com minha visão de um modus operandi para diversas forças que operam na e para a Luz. Ainda que não defendamos as misturas de cultos e rituais, há que se lembrar que do outro lado do véu não há as separações típicas da dualidade humana. Um ritual wiccano não é um ritual de Umbanda, porém um mesmo espírito que tenha atuado naquela egregora pode se manifestar num terreiro se houver ali um médium capaz de servir como veículo para a contribuição que ele possa trazer e isso não significa violar a tradição. Convém lembrar que a Umbanda nasce mestiça em pleno século 20 justamente para acompanhar as mudanças que o homem passou neste século de transformações tão radicais e estar ao seu lado durante esse processo mantendo sempre em mente aquilo que realmente importa: a prática da caridade, gratuita, a todos, independente das ideologias de quem procura sua assistência, sem exigir conversão e muito menos sacrifícios.
A Umbanda não veio para manter o velho e sim para sobreviver ao novo, propiciando que a essência – e não a forma – esteja disponível à humanidade do século 21. Esquecer-se disso é preterir o espírito e privilegiar a aparência.
Quando iniciei meu desenvolvimento, os primeiros contatos que tive através da mediunidade foram com o chamado Povo do Oriente, Linha do Oriente ou ainda Corrente do Oriente, povo que evoluiu e desenvolveu sua sabedoria em outras disciplinas espirituais, muitas totalmente desconhecidas para o público ocidental de classe média ou baixa que frequenta os terreiros de Umbanda e que hoje somam-se às falanges que labutam na Umbanda contribuindo com seu conhecimento e ‘expertise’ magística.
Segue abaixo uma das primeiras psicografias que recebi, quando ainda em treinamento num famoso centro da capital paulista, que embora não traga escrita a palavra ‘oriente’ deixa claramente explícita a origem de seus comunicantes:

Perseveramos através dos séculos
Vivos nos seus corações
Sabedoria de outrora trazemos
Nós, filhos de eras passadas
Em que o Salvador era uma promessa
Bem-vindos, estamos felizes
Por participar da obra da redenção
Viemos de outrora
Alegres no Coração
Somos pagãos e profetas
Espíritos que ao Senhor louvarão
Nesse caminho bendito
Que muitos de nós trilharão
Em novos caminhos da reencarnação
Temos muito a ensinar
Se permitirem-nos ajudar
O pouco que trazemos
Em muito vai se multiplicar
Há muito para falar
Com um beijo e uma estrela nos despedimos
Nós, com amor,
Os Novos Pagãos do Senhor
(13/04/2000)

Translation:

Umbanda is not an Afro-Brazilian religian, but a mix of influences of all people who came here and brought with them their faith and forms of practicing magick. This characteristic indeed is what makes it, as many other shamanic spiritual practices, a flexible method for spiritual conection for any part of the globe, not only a Brazilian phenomenon.
Some seek in Candomblé its basis to settle their temples, their Umbanda Houses, valueing most of all the vocabulary and chants from African languages; others feel more comfortable in temples where Catholic influence make itself present in the statues of saints, angels and in traditional Christian prayers. Yet even others will feel at home in houses which would appear to be ‘aseptic’, without images, drums or chants, in a as clean as possivel environment, where mental power overcomes sensory stimuli of herbs, sounds and symbols.
There is no such thing as a weaker, a stronger, or a more traditional  Umbanda. Simply because each temple would not have been opened – or at least should not have been – without being approved by the spiritual mentors who are in charge of the works of FreedomAwareness and Healing which are being held there. Naturally when the spirits of light who accompany an specific medium had their previous lives experiencing within a determined culture, this might manifest in the form of cult printed via astral to matter in a temple for spiritual assistance, the same way the DNA characteristics from the parents present themselves in the child.
Serious mistakes  cause terrible energetic conflicts within an Umbanda temple when the opposite route occurs, and the priest decides, for the sake of a particular personal taste, and because he or she believes to be turning his or her House ‘more powerful or protected’, to implant traditions which are not in unison with the REAL egregore leading the spiritual work that takes place in there. When the priest of priestess wants to have more magick than their spiritual guides, then problems begin to occur and there is the rupture of the magickal current, bringing serious harm to all workers and volunteers in the local!
Yes,  Umbanda can have spiritual guides and basis originated from Budism, Islan,  Paganism, European Witchcraft and Universal Shamanism. It is not corrupted or dirty only because you are ‘not used’ to what you saw in the last session or because the entities you work with or your father/mather in the religion have never done things that way. The best definition I have heard for Umbanda states it as ‘a corridor to many doors’, what is in accord with my views of a modus operandi to several forces which operate in and for the Light. Although we do not defend mixture of cults and rituals, we should always remind ourselves that on the other side of the veil there is no the typical separation we deal with in human dual world. A wiccan ritual is not an Umbanda ritual, even though a spirit who have dealt in one tradition might appear and deal in other since there is a medium capable of being a vehicle for its contribution, and that is not a violation to any of the traditions.
Let’s keep in mind that Umbanda is born halfbred in the 20th century to follow the radical changes mankind goes through and still be around during this process maintaining only what really matters: practicing charity, for free, no payment involved when you propose yourself to do good to all, independently of the ideologies of those seeking for spiritual guidance, without demanding convertion or sacrifices.
Umbanda is not to keep the old, but to survive the new, making sure that the essence – not its form – will be available to the mankind of the 21st century. To forget that is to overlook the spirit and privilege the looks.
When I iniciated my psychic writing development the first contacts I had were with the Eastern People, who evolved and had their wisdom aquired in different spiritual disciplines, many totally unknown to the Western Low and Middle Class public who attend the Umbanda Temples. They add their share of knowledge to all other groups of spirits who contribute with their views on Spiritual Laws and magickal expertise.
Below is one of my initial psychographies (channeling) while still in training in one famous spiritual centre in the capital of Sao Paulo. Whilst the word ‘Eastern’ can’t be visualized, it is very clear that the communicating spirits want to make their origin explicit:

We persevere through centuries
Alive in your hearts
Wisdom from old days we,
The children of yesterday, bring,
When the Savior was just a promisse.
Being welcome, we are happy
To take part in the opus of Redemption
We came from yore
Joyful hearts
We are pagans and prophets
Spirits who will praise the Lord
In this blessed way
Many of us will track
In new routes of reincarnation.
We have a lot to teach
If you allow us to help
The little we know
Will multiply into much
There’s a lot to speak
With a kiss and a star we say farewell
With Love
from us,
The New Pagans of the Lord
(13/04/2000)
Publicado em Deixe um comentário

Os Segredos Ciganos e as Sementes Estelares

Na afinidade encontramos a rota do coração, no ritmo vivo das emoções sentimos nossa verdadeira essência se manifestar.
Muitos templos e médiuns de Umbanda não trabalham com a Corrente Cigana do Astral, e alegam para isso não ter afinidade.
É um fato, pois a energia cigana, ligada à Linha do Oriente diretamente, conecta aqueles que a ela se vinculam à sua verdadeira origem ancestral estelar.
Todas as Sementes Estelares que têm missão na Umbanda – e também em outras searas de trabalho espiritualista – sentem forte conexão com a Linhagem Cigana, mesmo sem saber o trabalho silencioso que ocorre nos bastidores quando do acoplamento energético dessa egrégora alinhando o trabalhador da Luz às vibrações do seu Eu Superior, fortalecendo seus propósitos e sua missão na Terra.
É comum que as Sementes Estelares iniciem sua jornada dentro da espiritualidade guiados por mestres do Oriente, dentro dos quais podem se manifestar Ciganas, Hindus, Mestres de Cura, Pretos Velhos e Caboclos que se identifiquem como sendo pertencentes às Falanges do Oriente.
Um bom termômetro de nossa sintonia com os guias, sejam eles de qualquer linhagem, é averiguar as informações que nos chegam por intuição e sobre as quais normalmente não se tem muito conhecimento disponível. Quando não temos informações em nível consciente sobre algo e depois de captar intuitivamente um novo conhecimento constatamos que ele de fato existe, que outros médiuns e canais já o receberam, demonstra que estamos conectados com uma Fonte Real, externa a nós, que dispõe de uma Sabedoria a ser compartilhada.
Porém, o que encontramos no exterior serão somente os primeiros indícios, algo para satisfazer as inseguranças dos iniciantes em territórios desconhecidos; as verdades mais profundas não podem ser abertas a olhos e ouvidos leigos, pois pertence ao domínio daqueles que têm “Liberdade de Outorga” para Atuar e Agir multidimensionalmente dentro daquele saber.
Tentarei ilustrar isso com um caso particular:
Em meu primeiro contato com uma determinada entidade que se manifesta dentro da egrégora cigana, eu vi e ouvi um pandeiro, e fui instruída a adquirir um, decorá-lo de determinada forma e consagrá-lo astralmente àquela egrégora. Assim fiz, mas decepcionei-me de certa forma pois anos se passaram sem que o objeto fosse mais que um item decorativo, permanecendo guardado sem uso. A própria entidade que o pediu, não o utilizava, como faz com a maioria dos itens que pediu para trabalhar. Em certo trabalho porém, cerca de 7 anos depois, finalmente o pandeiro fui utilizado, para meu espanto criando um vácuo energético que sugou uma entidade perturbadora como se fosse um buraco negro, ou melhor dizendo, um buraco multicolorido. Em outras oportunidades pude vê-la utilizando os objetos que solicitara há muito tempo – castanholas, cartas de Tarot e outros – de formas que jamais imaginaria, que não se encontram explicadas em livro algum nem em qualquer website.
Porém, mais do que ‘segredos de trabalhos astrais’, os ciganos são Guardiões daquilo que é mais importante para qualquer trabalhador da Luz: “Quem Verdadeiramente Somos”.
Se você tem afinidade com essa Corrente do Astral, convido-o a fazer a pergunta fundamental a essas entidades na primeira oportunidade que tiver. Acredito que você poderá ter a chance de embarcar na maior viagem de sua vida…
Publicado em Deixe um comentário

TRABALHAR COM GUIAS ESPIRITUAIS OU COM EXTRATERRESTRES?

Queridos amigos, vamos falar de uma questão que tem se repetido nas conversas inbox e nos atendimentos:

“NÃO QUERO MAIS TRABALHAR COM MEUS GUIAS (no terreiro, no centro, na fraternidade etc), QUERO TRABALHAR SÓ COM OS EXTRATERRESTRES”
e as muitas variáveis dessa afirmação…
Todos os dias, semanas, meses ouço pessoas expressarem um desejo de largar práticas que consideram ‘menores’ para se dedicarem ao que acreditam ser um contato mais ‘direto’ com os extraterrestres.
Aproveito para reproduzir aqui parte de uma mensagem que enviei a uma querida semente estelar e que me permite abordar esse tema que é recorrente. Vou usar como gancho para falar disso porque muitos terapeutas inclusive estão perdidos nessa questão, e perdendo preciosas oportunidades de orientação direta de seres que estão em ESTADO DE CONEXÃO PERMANENTE para ficar divagando em conjecturas de sua própria mente tridimensionalizada e compartimentada:
Existe o ritual e existe a essência.
O trabalho de uma semente pode não ser dentro da Umbanda e ainda assim contar com o suporte de guias que atuam na Umbanda.
Você sabe a SUA origem estelar?
E a dos seus guias, você sabe?
O conceito de FAMÍLIA ESTELAR perpassa médiuns e guias para um mesmo propósito.
Muitos contatados fazem uma enorme separação entre Umbanda, ou entre guias espirituais de forma geral e Extraterrestres, quando na verdade essa separação não existe a não ser em nossas mentes, que contrastam as práticas xamânicas com nossa concepção do que seriam Extraterrestres em macacões, pilotando naves e utilizando alta tecnologia.
Essa concepção é fruto do Ego, desfaça-se dela o quanto antes.
Só existe uma diferenciação entre qualquer tipo de seres: ESTAR EM UM ESTADO FÍSICO (encarnado ou limitado a percepção de somente uma dimensão) e ESTAR EM UM ESTADO DE PERCEPÇÃO MULTIDIMENSIONAL (ou seja conectado a Fonte e ao Fluxo universal).
Se você compreender que faz parte de uma equipe de trabalho enquanto membro encarnado e que outros membros dessa mesma equipe não estão presos ao seu mesmo estado de frequência vibracional e procurarão todos os meios de orientá-lo no cumprimento do seu propósito aqui, é mais fácil perceber como cai por Terra essa tentativa infantil de classificá-los em ‘roupagens’ que servem apenas a um fim naquele momento.
Um mesmo ser multidimensional pode vestir uma roupagem humana que contenha em si uma mensagem simbólica da energia que ele quer lhe transmitir – por exemplo a Sabedoria, Paciência e Amorosidade dos Pretos Velhos, e em outro momento manifestar-se como o Dr X atuando na inspiração de processos de cura para um grupo que não aceita o transe de incorporação como meio de sintonia com as Altas Hierarquias.

(A esse propósito sugiro assistirem Asara Adams fazendo o que ela chama de ‘trance channeling’ ao ‘canalizar Adama e me diga, sinceramente, se existe alguma diferença entre o processo de canalização dela e o que ocorre em uma pessoa incorporada em qualquer centro umbandista ou kardecista no Brasil.)

As compartimentações mentais são NOSSAS, não DELES. Mas entendedores que são das nossas necessidades de ‘caixinhas’ para guardar coisas que nos parecem ‘diferentes’, eles adquirem a forma que nos fará menos relutar para aceitar sua cooperação no cumprimento de nossa tarefa.
Para ELES é muito mais fácil se adequar às nossas concepções infantis do que para nós é aceitar de pronto a multiplicidade da vida. Eles entendem isso com grande amorosidade, inclusive.
Então, meus irmãos e irmãs, se vocês têm guias de trabalho dos quais tenha tomado conhecimento na Umbanda ou em outra seara de trabalho, e agora que tem consciência de que existe uma realidade EXTRATERRENA que engloba tudo, não dispense a ajuda deles como se eles fossem ‘menos evoluídos’.
Saiba que muitos ditos ‘caboclos’ orientam trabalhos com cristais e as mais diversas terapias como florais e cromoterapia, e que se você perguntasse de onde é esse caboclo, essa cabocla, talvez você se espantasse ou ouvi-los dizer que não vieram da Amazônia ou dos Andes.
*AS MATAS DA JUREMA SE ESTENDEM ALÉM DAS ESTRELAS *
A verdade é que cada um de nós veio para cá fazer um trabalho que já está predeterminado.
Bem cumpri-lo é o que importa.
Encontrar o caminho a grande questão.
Não existe a necessidade de ‘mudar de área’ de atuação, mais do que ‘mudar a compreensão e o foco das nossas ações’.
O que o trabalho com as consciências estelares exige é a quebra de paradigmas e de padrões que escravizem as consciências humanas ou firam qualquer forma de vida. Então é relativamente comum que haja conflito entre as práticas existentes em uma determinada casa que você frequente e a implantação dessa nova consciência. Por exemplo: sacrifícios animais, rituais envolvendo sangue e qualquer trabalho energético que envolva dominação de outrem e desrespeito ao livre-arbítrio – por exemplo, ‘amarrações’ – não condizem com uma consciência estelar e estão fora da frequência de luz (conhecimento) com a qual esses seres trabalham.
O problema não é o rótulo Umbanda ou Candomblé ou seja lá o que esteja escrito na porta, mas sim a compreensão e a forma como são utilizadas, manipuladas e direcionadas as energias dentro daquele local para que esses seres ali possam aportar e realizar seu trabalho junto aos médiuns que são sua família. Pelo mesmo motivo a maioria é levada a abrir mão do consumo da carne em prol de uma alimentação que ancore uma maior frequência vibracional.
Não por acaso, muitos contatados têm entidades que, como se diz na Umbanda, têm “coroa de chefia”, pois muitos têm a missão de abrir novas casas para dar inicio a essa nova fase de trabalho espiritual dentro de princípios universalistas.
Aliás o que é um MÉDIUM senão um CONTATADO por um inteligência EXTRA-DIMENSIONAL?
Aos que se debatem entre a ideia de ter de escolher entre uma coisa e outra, sugiro que conversem com seus guias e pergunte a eles como deve orientar seu trabalho daqui para frente.
Vocês podem fazer isso meditando ou mesmo indo a um local onde possa incorporar com segurança e pedir a alguém que faça as perguntas aos seus guias e anote as respostas para passar a você depois, caso seja semi-inconsciente.

Nunca ninguém precisou escolher entre o Amor e o Poder. Essa é só mais uma das ilusões da 3D, porque somente no Amor existe o verdadeiro Poder.

J D STELLA
www.escritorastellar.com.br
Publicado em Deixe um comentário

Quando a Umbanda encontra os ETs

O texto abaixo é muito bom para esclarecer uma confusão constante.

Entenda de uma vez: a esquerda na Umbanda, exus e pombas-giras, são guardiões, atuam como a polícia do astral. Muitos seres ultradimensionais, incluindo extraterrestres atuam sob essa roupagem, logo não PODEM FAZER O MAL A NINGUÉM.

Existem, ainda, na linguagem umbandista, os eguns e kiumbas.

Eguns são espíritos desencarnados sem luz, vagam nos umbrais – sendo várias camadas comuns à superfície da crosta, portanto você pode estar literalmente caminhando no meio do umbral em determinados locais que vai – e são geralmente identificados e encaminhados nas engiras ou sessões espíritas. Geralmente não querem o mal daquele que estão involuntariamente prejudicando por estarem em seu campo. São os “amigos do copo”, “amigos do cigarro”, “Amigos da esbórnia” e também se afinizam ao campo dos que estão deprimidos, magoados, irados, movidos por espírito de vingança etc pois tudo é imediato através da sintonia a partir da 4ª dimensão.

Os kiumbas são os famosos magos negros, seres identificados com o conceito generalizado de ‘mal’, sentem prazer em torturar ou inflingem dano para recompensa própria através dos seus ‘chefes’. Muitos são os famosos ‘draconianos’ e têm como foco principal de ação o impedimento às ações das Sementes Estelares. Atuam para que a transição planetária ocorra da forma como eles consideram melhor para si (que logicamente não é o melhor para a imensa maioria de nós).

Por isso muitos contatados e sementes estelares com missão, que manifestam mediunidade ostensiva, têm guias de umbanda para sua proteção e para que o individuo aprenda a identificar as energias na prática, e não ficar somente na teoria -Afinal a vida é prática, não?

Uma semente estelar, contatado, médium tem que saber identificar o teor de uma energia de imediato quando entrar em contato com ela. Não pode ficar somente no: “É do bem” ou “Acho que não é da luz…”

Para lidar com inteligências extrafísicas é preciso VER, e nem sempre os olhos (e mesmo a clarividência) são suficientes. Os sentidos multidimensionais despertos são o verdadeiro meio de diagnóstico preciso.

Por isso a Família Estelar atua bastante na Umbanda e outras religiões onde o conhecimento xamânico esteja presente, e ali atuam no desenvolvimento assistidos de suas faculdades e das potencialidades dos seus chakras, pois assim seus contatados aprendem a identificá-los pela via correta.

[texto originalmente publicado no blog Jennifer Dhursaille]

Publicado em 1 comentário

A História de Zé do Laço

Os seres hoje libertos da 3D costumam contar como superaram suas dores e os desafios da Roda de Sansara, como forma de nos inspirar a conseguir o mesmo.

Mas nesse processo, apesar do conhecimento adquirido sobre as Leis da Espiritualidade, perdemos ‘o brilho’, o viço da esperança pelos massacres constantes à nossa paz de espírito e equilíbrio.

Tive a honra de psicografar muitas histórias, mas para mim nenhuma mais especial do que esta, dada muitos anos depois do primeiro contato com a entidade, a primeira que sintonizei que se identificava com uma falange atuante na Umbanda.

Zé é sempre sorriso, sempre alegria, sempre solução. E sempre me dizia: “Um dia te conto minha história”.

Quando ele o fez, senti na pele o terror que só quem tem dentro de casa a fonte da inquietude conhece.

Uma coisa é a depressão causada pelo desemprego, pela falta de grana, pela solidão; outra bem diferente é ter sua paz e integridade constantemente ameaçada por violências dos mais diversos tipos. Há níveis e níveis de situações e a resiliência é um elástico, após certo nível perde sua forma; para que isso não ocorra, é preciso não perder de vista o sentido de autopreservação e não se auto-escravizar a conceitos sufocantes de subordinação ao sofrimento.

Albano lutou por si e pelos seus, e em suas buscas indagava Deus o porquê de tudo aquilo.

Se você também já desejou colocar Deus e a Vida no banco dos réus, essa história é também para você.

Boiadeiros

A História de Zé do Laço

Capítulo I

 

A História de Boiadeiro começa hoje.

Hoje é o dia eterno do tempo.

Para aquele que sofre o hoje é eterno. Ao que não dorme, a noite não passa. Ao intranquilo no espírito o suceder dos dias é corrente de água a enlouquecer o rio.

Foi num dia como esses, em que a escuridão encega a alma e a dor no corpo não se faz silente, que Albano viu o escurecer nas paragens onde os cavalos ‘baios’/selvagens se agrupavam para atravessar o reinado de Phebe. Era em meio a natureza que buscava asilo das discussões e intrigas que seus irmãos faziam, sempre indispostos a repartir, em igual pertence de valor, as terras, as roupas e até mesmo a comida que o pai lhes provia ou a mãe servia. Na casa onde a inveja faz moradia pelas contas devedoras, sempre inimiga de quem já no passado de ciúmes se movia e até hoje de qualquer atitude mais fraterna se desobriga, o caldo ainda quente esfria, o doce azeda e o salgado amarga o sabor de toda vida em família.

Mas Albano corria; daquele cenário só sua mente desfazia ao avistar as árvores, sentir o vento no rosto e a alegria das viagens percorridas por cada um dos seus cavalos, que dali por vezes um tirara, treinava, domava e fama assim fazia. “Como podia Albano, moço assim tão quieto, fazer tanta serventia, e aquilo que ninguém mais podia, domar assim tão rápido alazão, crina-larga e pônei (antepassado dele, outro nome?) sem ferir a si ou ao bicho, e ainda manter suas maiores habilidades naturais intactas, coisas que outros domadores sempre perdiam em seus plantéis.
Olhando o garanhão, as fêmeas recém-paridas, os jovens mangalargas em sua liberdade, Albano se sentia como um deles, isolado à revelia. Quisera também ser cavalo, correr para longe e nunca mais ouvir uma briga, pois que a dos cavalos pode ser bem perigosa, mas pelo menos, dá-se na dignidade do silêncio. Oponentes medem suas forças e ganha a contenda o que tiver melhor condição para provar sua maior valia. Diferente dos irmãos a disputar aquilo que caso tivessem não poderiam a contento assumir. Disto o pai sabia, e portanto evitava a divisão, mas também impedia aos filhos seguirem qualquer caminho diferente de sua paternal opção.

Liberdades cerceadas geram corações em conflito. Eternamente buscando compensação por aquilo que não foi vivido. Se o clã tomou, o clã agora deve. Bens em troca de um amor. Coração negado em troca de um favor. “Tudo pela família”, diziam.
Para Albano, essa era frase de perdição.

Assoviou e para perto de si vieram sete, dois de perto, um de longe e os quatro no costado de perto da amoreira. Marrons no pêlo e olhos luzidios. Albano sentia que com ele falavam, e aceitou o convite de cavalgar por um tempo, algumas horas que fosse, para além do horizonte, e só retornar de manhã.

O vento varreu-lhe a mente e refrescou-lhe as idéias. Até mesmo alegrou-lhe a faze um sorriso ao avistar as meninas com não mais de quatorze, tranças, passamanarias no vestido, avental e lenços, trazendo cestos com ovos ao clarear dos primeiros raios da manhã.

Albano voltava alegre, outro, quase esquecido dos percalços do jantar do entardecer anterior. Mas antes que ele se desse conta, seu animal-amigo – anima-amigo – de brusco algo percebera e relinchara, cessando o trote de supetão ao se aproximar da propriedade ainda no portão. Relutou em prosseguir, mas ao mestre obedeceu, que na entrada da choupana já estranhou a janela aberta e a vela de sebo ainda a queimar ao lado da mesa posta ao jantar.

Rapidamente Albano desceu do trote e o casebre adentrou para imediatamente sentir o chão dos seus pés se retirar. O pranto o tomou quando a mãe atirada ao chão achou, já fria, a concha de madeira para o caldo ainda na mão retinha. O pai em pé lhe fixava, encostado ao armário das louças de mogno. Antes que gritasse “Pai, o quê!?” seus olhos bateram no irmão mais novo, de bruços sobre a cadeira de madeira ainda a verter sangue pelo frio da espada que lhe abrira. Ao encaminhar-se por entre eles avistou o machado que às costas o pai tinha. Um barulho alto o sacode em meio ao pesadelo: porta da despensa bate, trancada, e a voz abafada de um dos irmãos reconhece, a clamar por ajuda. Se dirige à porta, o coração em disparado. Nem bem destranca a trava e surge o irmão à sua frente, sujo de sangue, rasgado a gritar: “Irmão, irmão! Onde estavas? Grande tragédia se abateu aqui!”
Por muito tempo depois Albano esse momento procurou esquecer. Apenas memórias de relance, de qualquer forma, eram o que lhe vinham à mente. Gefér, o irmão preso na despensa a acusar Hitor, o mais velho, de ter assassinado aos pais e ao outro irmão; ao mesmo tempo barulhos na outra sala ouviu e duvidou: “E se foste tu, e não Hitor, que essa chacina comandou, pois tu bem ficarias não só com as terras de tua partilha, como com as do mais novo e sua futura esposa Ethira, a quem seus olhos sempre fizeram grande vista?”
O cavalo lá fora relinchou, avisando do perigo diretamente ao seu coração: “Corra!”

“E se foram os dois mancomunados a exterminar a família?” Não sabia, nem saberia, pois o relinchar do cavalo foi mais forte, e o instinto do perigo a lhe demandar SALVAÇÃO lhe deixou claro um recado à mente consciente:

“Salva-te, pois que tudo está perdido! Se foi um ou outro irmão, ou ainda os dois, teus pais e o outro já foram postos ao sacrifício da ganância seja lá de quem. Corre e salva a ti, que se aqui te demoras, teu destino não será diferente também.”

E sem mais discernir palavra de irmão ou barulhos que não fossem o relincho de Oro, o anima-amigo que lhe urgia a cavalgar embora, Albano correu porta afora, se pôs à galope e só parou no país vizinho.

Fez muito bem, pois notícia tivera de ser procurado, acusado pelos dois irmãos mais velho de ser o responsável pelo assassinato dos pais e do irmão mais temporão.
Mas Albano outros caminhos tinha a percorrer que não os da prisão.

E sempre na direção do poente ia, um pouco a cada dia, em busca da sua salvação.


O 1º capítulo é contado na 3ª pessoa porque até aquele ponto eram ‘os outros’ que regiam a sua vida, e que determinavam se ele sofria ou se ele sorria.
A partir do momento em que Albano tomou uma decisão por si, baseado unicamente em seus instintos e sua conexão com a natureza, nosso personagem ganhou voz, a sua própria voz, e daqui em diante, é ele próprio quem narra o seu destino.

Pai Arruda

 


 

Capítulo II

Por três dias corri. Nem para comer parei, somente para um bem pouco dormir, pois que sentia às minhas costas o vento frio da dívida de sangue registrado por meus irmãos mas creditada a mim, em meu encalço. Se parasse, sabia, perdão não haveria, pois que todos neles, muito mais articulados que eram, acreditariam. Rumava no sentido do sol poente, talvez no inconsciente desejo de fazer o tempo retroceder, à trás andar e quem sabe minha sorte mudar.

Mudar, mudou. Mas foram muitos d’ias’, ‘semanas perdidas no tempo’ de paradas em estranhas pradarias que a mim mesmo de volta me conduziam, enquanto eu acreditava que para fora do “eu mesmo” me encaminhava, ao desdobrar em todas as minhas forças para tentar resolver os causos daqueles que se achegaram a mim. Porque ajudar os outros é bálsamo mais que bendito, no esquecimento dos problemas de quem, como eu, paz de espírito sempre buscara mas jamais antes encontrara, nem mesmo na solidão. Pois no vácuo do silêncio reverberam a dor e a falta de compaixão, afligindo num suplício eterno de tristezas as almas que buscam por seu próprio perdão.

Iniciação? Eu diria que sim.

A minha levou 9 anos, dos quais algumas paragens eu vos conto a seguir:

Naquele tempo eu me achava meio burro, bruto até, porque me comparava, na brusqueza objetiva do falar, com o diálogo franco e humorosamente elaborado dos meus irmãos mais velhos. Tímido, recuava e evitava marcar presença aonde ia, acompanhado ou não da família, mesmo quando as moças me enfeitiçavam o olhar.

No começo do exílio, deliberei: “Vou pra um lugar que melhor me ensine falar. Vou pra Grécia dos filósofos, que lá dizem que tem saber, que é coisa boa e que eu também quero ter! E além disso também passo antes pela Sicília, que disseram ser terra de mulher muito bonita. Quem sabe já não me vou até casado ter uma conversa boa com aquele tal de Platão, e ele não me pega como aluno dele e me ensina bem umas lição, que além de eu deixar de ser burro, passo a falar bonito, que é coisa que qualquer esposa há de gostar. E também se algum dia tiver condições de minha inocência provar, volto falando bonito e mostrando para esse povo que todo bronco com carinho tem seu jeito.”

Hoje em retrospecto vejo quão inocente era eu, que além de achar que Platão ainda vivia, ainda pensava que o povo, com minha “evolução” se importaria… Quem em si não se confia, sempre de todos espera aprovação e teme a zombaria. Ah, triste sina! Feliz daquele que não depende das esmolas de atenção alheia!

 

Reprodução do Livro Paralelas da Umbanda III – Boiadeiros – à venda